Introdução
Há
muitos anos convive-se com o consumo em excesso. É um modelo
econômico que suga os recursos naturais e expropria a mão-de-obra.
Assim, crescem as críticas a este modelo e surge uma consciência de
que é necessário mudanças. Um dos caminhos fundamentais para
encaminhar as mudanças é a educação. Desta forma, um dos grandes
desafios para as próximas décadas é incorporar de forma definitiva
a Educação Ambiental (EA) dentro do ambiente escolar e conciliá-la
aos processos de Educação Ambiental Não-Formal e Informal. Isto
com um objetivo claro: capacitar cidadãos tornando-os aptos a
participar de atividades de EA e desta forma poder contribuir para a
mudança de hábitos predatórios em hábitos conservacionistas
proporcionando o desenvolvimento sustentável.
Nesta pesquisa empírica,
se levada em consideração o universo pesquisado de duas escolas e
um número restrito de atores analisados tem-se indícios importantes
em relação a EA praticada nas escolas, mas não oferece subsídio
suficiente para uma discussão mais profunda em relação a soluções
ou conclusões mais específicas, assim, esta pesquisa poderá ser
aprofundada no futuro em novos estudos afim de obter resultados que
possam subsidiar uma discussão mais incisiva sobre o tema. A
proposta desse trabalho é estudar como está sendo trabalhada a EA
em duas escolas públicas estaduais de Ponta Grossa, visando
identificar as principais questões envolvidas na abordagem da
Educação Ambiental como um processo de conscientização e mudança
de hábitos dos cidadãos. Além disso, procurou-se analisar as
propostas governamentais destinados à EA e a percepção tanto dos
alunos como dos professores sobre o tema.
No primeiro capitulo são
abordados os conceitos de EA buscando descrever a evolução dos
mesmos desde a Conferência de Estocolmo, em 1972, até o que existe
de mais atual acerca da EA. Este evento, em 1972, foi considerado o
marco inicial das discussões sobre EA, tendo em vista que foi o
primeiro evento organizado pela Organização das Nações Unidas
(ONU). Como conseqüência desse evento, pode ser destacada a criação
da Política Internacional de Educação Ambiental, política esta
que mais tarde será implementada na Conferência de Belgrado, 1975,
Ex-Iugoslávia. Nesta Conferência de Belgrado surgem preocupações
referentes às influências socioeconômicas no meio ambiente, ou
seja, como as questões sociais se relacionam as questões
ambientais.
As conferências que
seguem no texto, Tbilisi e em Moscou, são considerados eventos
importantíssimos, pois neles discutiu-se a fundo formas para
incorporar a EA nos ambientes escolares, sem desfazer características
como a interdisciplinaridade e a transversalidade sobre o tema.
Aborda-se, também, a questão das políticas públicas, pois é
defendido que os governos devam legitimar a EA dentro da educação.
Mas o que desperta a atenção refere-se à sugestão da capacitação
dos recursos humanos que são capazes de formar opiniões sobre o
tema dentro das escolas.
Contracenando com o que
havia sido discutido na primeira Conferência sobre o tema em 1972,
30 anos mais tarde o Brasil sedia na cidade do Rio de Janeiro a
Conferência Das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento, RIO-92. Este foi o segundo evento promovido pela ONU
específico sobre o tema Meio Ambiente e que mudou a linha das
discussões em relação ao que foi discutido no primeiro momento,
pois deixa de enfatizar somente a relação homem-natureza para se
atentar à questão do desenvolvimento sustentável e a incorporação
das relações sociais e as conseqüências das mesmas no meio
ambiente. Porém, a discussão vai muito além disso, ela sugere
formas e dá idéias para que se possa conciliar as relações
sociais, o desenvolvimento dos povos com o aproveitamento sustentado
do meio ambiente. Para atingir este objetivo, cria-se a Agenda 21
como meio de orientar as ações sociais que deverão ser tomadas
pelos países.
Os conceitos de EA mudam
com o tempo conforme as necessidades da sociedade. Mas a cerca da
aplicação dento da escola, considerada por muitos um ambiente chave
para o uso da EA como ferramenta para melhora do meio ambiente,
muitos estudiosos avaliam que deve estar conciliada a situações
vividas fora da escola. Para tal, classifica-se a EA em formal,
informal e não-formal. A EA deve ser holística e integradora, e
essas classificações propiciam a toda sociedade o trabalho de
reflexão sobre a EA. No texto indicou-se como isso é possível
dentro de cada abordagem e como podem influenciar nesta reflexão.
Sendo a EA Formal trabalhada dentro do âmbito escolar e a Informal e
Não-Formal sendo trabalhadas fora da escola, pelas mídias e
programas ambientais promovidos respectivamente.
Como conseqüência da
evolução dos conceitos, e evolução do que se sugere nos grandes
eventos organizados, o Brasil vira seus olhos para a questão
ambiental institucionalizando-a. O maior avanço percebido, com
certeza, foi a incorporação de um capitulo sobre Meio Ambiente na
Constituição de 1988. Porém, antes disso já eram desenvolvidas
ações pelo governo a caminho da institucionalização do tema: como
por exemplo a Política Nacional de Meio Ambiente, em 1981, que
sugeria a incorporação da EA em todos os níveis de ensino. Além
disso, graças a criação da Política Nacional de Educação
Ambiental, em 1999, pela Lei 9795, é sugerida a aplicação de EA
tanto em caráter formal quanto não formal. Para isto ser possível
cabe ao MEC desenvolver e criar formas em aplicar a reflexão sobre o
tema dentro da escola. O MEC por seus órgãos executivos e
determinações de parâmetros a serem seguidos, inclui o tema dentro
do que se chama Temas Transversais, que seriam temas de caráter
urgente da sociedade que podem ser introduzidos nas discussões
acerca dos conteúdos aprendidos nos livros. Assim, favorece a
reflexão dos alunos sobre temas que vivenciam em seu cotidiano.
Esses parâmetros orientam o trabalho desses temas de ordens sociais
em sala, mas dão liberdade para os Estados incorporarem em seus
currículos, de forma a adequar-se a realidade vivida. A questão da
EA nas diretrizes curriculares do Estado do Paraná está incorporada
nas Diretrizes Curriculares de Geografia, com o tema estruturante
Dimensão Socioambiental.
A pesquisa empírica
realizada nesta monografia, seguindo a linha do trabalho definida,
baseou-se numa análise dos dados obtidos junto ao universo
pesquisado a partir da aplicação de questionário aos professores e
alunos abordando conhecimentos sobre o tema, metodologias que estão
sendo utilizadas pelos professores, como os alunos vêem o que está
sendo trabalhado dentro da escola e as perspectivas dos
entrevistados, para os futuros trabalhos e as melhores formas na
obtenção de resultados positivos em EA.
Nesta pesquisa,
procurou-se acima de tudo observar em que situações estão sendo
aplicados e apreendidos os assuntos relacionados ao meio ambiente e
sua conservação, dentro das escolas públicas do Paraná. Além de
mostrar as dificuldades e facilidades das abordagens sobre do tema.
Interessou-se?
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Obrigado. Professor Luís Guilherme
2 comentários:
Show De Bola O Blog ! Várias Informações que Realmente Está Correta, Não Como Outros Sites de Pesquisas Que Estão Completamente Por Fora Do Conteúdo.
Deco
Valeu Deco.
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